Quase a metade das espécies de primatas está sob risco de extinção por causa da destruição de florestas tropicais, comércio ilegal de animais e caça para a venda de sua carne, disse relatório preparado pelo Bristol Zoo Gardens, do Reino Unido.
Um total de 48% das 634 espécies de primatas do mundo são classificadas como ameaçadas de extinção, na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN (União Internacional para a Natureza). E uma pesquisa identifica as 25 espécies em maior risco.
"Primatas em Perigo: Os 25 Primatas Mais Ameaçados, 2008-2010" foi compilada por 85 especialistas de várias partes do mundo e fala da necessidade da adoção de medidas urgentes de conservação dos animais.
A lista inclui cinco espécies de primatas de Madagascar, seis da África, 11 da Ásia e três da América Central e do Sul.
Nenhum dos macacos naturais do Brasil está incluído nesta lista. As espécies ameaçadas das Américas são: saguim-de-cabeça-de-algodão (Saguinus oedipus), que vive especialmente na Colômbia e Venezuela; o macaco-aranha-castanho (Ateles hybridus), de Colômbia e Equador e o macaco-barrigudo-da-cauda-amarela do Peru (Oreonax flavicauda).
Os conservacionistas destacam a situação de espécies como o langur-de-cabeça-dourada (Trachypithecus p. poliocephalus),que só é encontrado em uma ilha na costa nordeste do Vietnã, e onde restam apenas de 60 a 70 indivíduos.
Rã supostamente extinta há 30 anos é encontrada na Austrália
Uma espécie de rã minúscula que supostamente estava extinta há três décadas foi vista no sudeste da Austrália, anunciaram hoje as autoridades.
A rã, de nome científico Litoria castanea, tem coloração verde com manchas em tons de dourado. O exemplar foi encontrado há algumas semanas por um funcionário do estado australiano de Nova Gales do Sul que buscava peixes em perigo de extinção.
O trabalhador retornou ao local com um especialista em anfíbios que confirmou a identidade do animal, cuja localização será mantida em segredo para proteger a espécie, indicou o responsável estadual pelo Meio Ambiente, Frank Sartor.
Sartor afirmou que o descobrimento "nos lembra a necessidade de proteger o meio ambiente para que gerações futuras desfrutem do barulho e da cor de nossos animais nativos" e afirmou que o estado negocia com um zoológico de Sydney para iniciar um programa de reprodução em cativeiro.
Em setembro de 2008, foi descoberta em uma área remota da floresta tropical do norte da Austrália outro tipo de rã minúscula, a chamada "rã de armadura" (Litoria lorica) que os especialistas acreditavam estar extinta desde 1991.
Exposição a pesticida muda sexo de rãs, diz estudo
Um estudo publicado nesta semana verificou que a exposição a um pesticida comum pode levar rãs do sexo masculino a mudarem de sexo, tornando-as capaz de se relacionar com outros machos e a botar ovos viáveis.
O estudo, publicado pela revista científicaProceedings of the National Academy of Sciences, se concentrou sobre o herbicida atrazina, amplamente usado em plantações de milho e cana-de-açúcar há várias décadas.
Segundo os pesquisadores, da Universidade da Califórnia, as rãs macho expostas ao pesticida sofreram com redução de testosterona, diminuição do tamanho das glândulas reprodutoras, desenvolvimento feminizado da laringe, supressão do comportamento de reprodução, redução da produção de espermatozoides e queda na fertilidade.
Em 10% das rãs estudadas, houve uma mudança completa de sexo após a exposição ao químico. Estudos anteriores com pássaros, peixes, camundongos e mesmo rãs já haviam identificado o desenvolvimento de indivíduos hermafroditas (características de ambos os sexos) após a exposição a pesticidas, mas esta é a primeira vez que um estudo verifica uma mudança de sexo total.
Segundo o pesquisador Tyrone Hayes, coordenador do estudo, os resultados podem ajudar a explicar o declínio da população de rãs em todo o mundo.
Críticas
O estudo foi questionado pela indústria química suíça Syngenta, uma das principais fabricantes do pesticida. Segundo a companhia, outras pesquisas teriam comprovado que o uso da atrazina não traz efeitos danosos para animais ou para pessoas.
A União Europeia proibiu a atrazina em 2004, mas o químico ainda é usado em países como o Brasil e os Estados Unidos.
Segundo os pesquisadores, o pesticida é o contaminante mais comumente encontrado no solo e na água nos Estados Unidos.
A agência americana de proteção ambiental (EPA, na sigla em inglês) anunciou em outubro uma revisão dos impactos do uso da atrazina sobre o ambiente.
Desenvolvimento
A pesquisa da Universidade da Califórnia analisou o desenvolvimento de 40 rãs africanas com cromossomos masculinos, desde a fase em que eram girinos, expostas a água com uma concentração de atrazina ainda dentro do limite considerado seguro pela EPA.
Esse grupo de rãs foi comparado com outro grupo de controle, também com 40 rãs do sexo masculino, desenvolvidas em água sem nenhum traço de atrazina.
Entre as rãs desenvolvidas na água com o pesticida, 10% se tornaram “fêmeas funcionais”, capazes de copular com machos e botar ovos viáveis.
Os outros 90%, apesar de terem mantido características básicas do sexo masculino, apresentaram baixos níveis de testosterona e fertilidade.
Segundo os pesquisadores, esses machos tiveram um menor índice de sucesso na competição com outros machos não expostos à atrazina na competição pela atração de fêmeas.
Uma possível explicação para o fenômeno, segundo Hayes, é que a atrazina absorvida pelas rãs seria capaz de ativar um gene normalmente inativo em rãs do sexo masculino.
Isso produziria uma enzima com a capacidade de converter o hormônio masculino testosterona no hormônio feminino estrogêneo.
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2 comentários:
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