terça-feira, 8 de junho de 2010

Observatório no Chile obtém imagem rica em detalhes da Grande Nuvem de Magalhães

A Grande Nuvem de Magalhães encontra-se a apenas 160 mil anos-luz de distância
Nova imagem obtida pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), de La Silla, no Chile, mostra uma vasta coleção de diferentes objetos e fenômenos numa região da Grande Nuvem de Magalhães (LMC), uma das mais próximas da Via Láctea. A observação fornece dados para diferentes projetos de investigação sobre a vida e a morte de estrelas e a evolução de galáxias.
A Grande Nuvem de Magalhães (LMC, acrônimo do inglês Large Magellanic Cloud) encontra-se a apenas 160 mil anos-luz de distância. Esta proximidade faz com que ela seja um alvo importante de estudos. A LMC situa-se na constelação de Dourado, no céu austral, por isso pode ser bem observada a partir dos Observatórios do ESO, no Chile.
Embora seja enorme para a escala humana, a LMC tem menos de um décimo da massa da Via Láctea e um comprimento de apenas 14 mil anos-luz (a nossa galáxia tem 100 mil anos-luz). Os astrônomos a classificam como uma galáxia anã irregular.
Suas irregularidades, combinadas com a sua barra central de estrelas, sugerem que interações com a Via Láctea e com a sua companheira, a Pequena Nuvem de Magalhães, podem ter distorcido a sua forma.
A LMC também possui aglomerados globulares (coleções de centenas de milhares de estrelas ligadas entre si pela gravidade, em forma mais ou menos esférica) e um deles é visível como uma forma oval amarelada na parte superior e central da imagem. Trata-se de NGC 1978, um aglomerado globular de grande massa, o que é algo pouco comum. Diferente da maioria dos aglomerados, crê-se que NGC 1978 tenha apenas 3,5 bilhões de anos de idade. A presença de um objeto desse tipo na LMC leva os astrônomos a pensarem que esta galáxia tem uma história de formação estelar mais recente do que a da Via Láctea.
Para além de ser uma região de nascimento de estrelas, a LMC viu também muitas mortes, sob a forma de explosões de supernovas brilhantes. Acima e à direita na imagem, o resto de uma delas pode ser observado, sob a estranha forma de uma nuvem chamada DEM L 190, também referida muitas vezes como N 49. No centro, onde a estrela brilhava, encontra-se agora uma estrela de nêutrons com um campo magnético extremamente forte.
Com tanta atividade, é fácil compreender porque o ESO chama a LMC de "zoo celeste".

Imagem em infravermelho revela detalhes de galáxia a 15 milhões de anos-luz

Composição mostra a galáxia Messier 83 e a versão obtida com infravermelho (d); veja no álbum
O Observatório Europeu do Sul acaba de divulgar uma bela imagem da galáxia Messier 83, obtida com o instrumento Hawk-I montado no telescópio VLT (Very Large Telescope), no Chile. A imagem mostra a galáxia na radiação infravermelha e demonstra o impressionante poder da câmera, capaz de criar a fotografia mais nítida e mais detalhada já feita da Messier 83 a partir do solo terrestre.
A galáxia Messier 83 situa-se a cerca de 15 milhões de anos-luz de distância, na constelação de Hidra. Tem um tamanho de cerca de 40.000 anos-luz, ou seja, apenas 40% do tamanho da Via Láctea. Mas é, em muitos aspectos, semelhante à nossa galáxia, tanto na forma espiral como na presença de uma barra de estrelas no seu centro.
Messier 83 é famosa entre os astrônomos devido às suas supernovas: explosões que finalizam a vida de algumas estrelas. Durante o século passado, foram observadas seis supernovas na região. Além disso, a Messier 83 é uma das galáxias próximas mais brilhantes, visível no céu através de simples binóculos.
Quando observada no infravermelho, a maior parte da poeira que obscurece a galáxia fica transparente. O gás brilhante que circunda as estrelas jovens nos braços da espiral ambém se torna menos proeminente nas imagens. O resultado é que se pode observar muito mais da estrutura da galáxia e seus grupos de estrelas.
A imagem, mais nítida, simplifica o trabalho dos astrônomos, que procuram enxames de estrelas jovens, principalmente os que se encontram escondidos nas regiões de poeira da galáxia. Quando comparada com imagens anteriores, a visão penetrante da Hawk-I revela muito mais estrelas no interior da galáxia.

Arqueólogos encontram pirâmide com tumba que pode ser a mais antiga da Mesoamérica

A tumba pode ser a mais antiga do seu tipo em toda a Mesoamérica, a região que se estende do sul do México até a Costa Rica
Arqueólogos encontraram no sul do México uma pirâmide contendo a tumba de uma alta autoridade pré-colombiana que pode ser a mais antiga do seu tipo em toda a Mesoamérica, a região que se estende do sul do México até a Costa Rica.
A pirâmide contém quatro esqueletos, indicando um enterro múltiplo realizado há 2,7 mil anos. De acordo com os cientistas, seria o antecedente mais remoto do uso de pirâmides como recintos funerários em toda a região.
Dois dos esqueletos, segundo os cientistas, estariam rodeados de pedras de jade e âmbar, além de objetos valiosos para a época, feitos de cerâmica.
Isto indicaria que um deles poderia ser o de um importante líder ou clérigo de Chiapa de Corzo, um proeminente assentamento da época.
Junto à câmara principal, os arqueólogos encontraram outro sepulcro contendo um esqueleto, "provavelmente de uma mulher" que faleceu por volta dos 50 anos de idade.
A descoberta foi feita na zona arqueológica Chiapa de Corzo, no Estado mexicano de Chiapas, por arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), da Universidade Nacional Autônoma (UNAM) do México e da Universidade Brigham Young, dos EUA.
Segundo os pesquisadores, a descoberta sugere que o uso de pirâmides como recintos funerários pode ser mais antigo do que se pensava anteriormente e poderia ser anterior à cultura maia.
A tumba estudada está localizada dentro de uma pirâmide que pode ter tido até sete metros de altura quando foi construída, com escadas de barro levando a um templo no topo de sua estrutura.

Sacrifício humano?

A câmara funerária, medindo quatro metros de comprimento por três de largura, foi encontrada após 24 horas de escavações.
A câmara principal guardava ossos de três pessoas: um homem de meia-idade, um bebê de cerca de um ano e um jovem do sexo masculino.
O homem de meia-idade estava com vários adornos, tinha a boca coberta com uma concha e os dentes incrustados com pedras de jade. Ele também tinha braceletes, colares e o que os arqueólogos acreditam ser uma máscara funerária com olhos feitos com uma pedra vulcânica verde.
Os investigadores acreditam que, a julgar pela qualidade das joias com as quais o homem foi sepultado, ele deve ter sido uma pessoa importante.
Eles dizem que os outros dois corpos – do bebê e do jovem - podem ter sido colocados depois na tumba para acompanhar o homem morto e foram possivelmente sacrificados.
Os pesquisadores dizem que a posição dos ossos sugere que o bebê foi colocado cuidadosamente na tumba, enquanto o jovem foi possivelmente jogado na câmara funerária.
No anexo à câmara principal, os arqueólogos encontraram outra sala pequena contendo o esqueleto de uma mulher, também com muitos adornos de âmbar e pingentes representando pássaros e um macaco.
O número e a variedade das oferendas sugerem que as pessoas que viviam nesta região naquela época realizavam trocas com lugares tão distantes quanto a costa do Golfo do México e o Vale Motagua, na Guatemala, região rica em jade.
Os pesquisadores dizem ainda que a descoberta sugere que havia seres humanos vivendo na região de Chiapas, no sul do México, desde 1200 A.C.

Arqueólogos encontram 100 vasilhas de 3.500 anos em Israel

Máscara de 3.500 anos encontrada entre os objetos; veja no álbum do mês

JERUSALÉM, 7 Jun 2010 (AFP) -Em torno de cem recipientes de 3.500 anos, utilizados para cerimônias pagãs, foram encontrados no norte de Israel, anunciou nesta segunda-feira uma equipe de arqueólogos.
Essa descoberta, por sua antiguidade e bom estado, é "extremamente rara", explicaram Edwin van den Brink e Uzi Ad, responsáveis pelas escavações que duraram duas semanas em um terreno de depressão natural em um substrato rochoso de Tel Qashish, perto de Haifa.
"Nunca tinha sido descoberto esse tipo de objeto, de 3.500 anos, e é extraordinário encontrá-los em tal estado de conservação", explicaram.
Entre os objetos encontrados está uma vasilha para queimar incenso e um copo adornado com a forma de uma mulher, que pode ter sido utilizado para fazer oferendas ou libações a uma divindade.
Também foram encontrados objetos fabricados em Micenas, na Grécia atual, o que prova, segundo os arqueólogos, a existência de laços comerciais entre ambas as regiões.
"Nesse período existia um perigo de invasão militar, e nossa teoria é de que os sacerdotes esconderam objetos utilizados nos templos por temor de que fossem destruídos", disse à AFP Van den Brink.
"Um sítio localizado em uma colina próxima, da mesma data, foi destruído e enterrado, então talvez tenha havido uma guerra ali", completou.
Tel Qashish, ou Tell al Qassis, em árabe, é uma cidade bíblica localizada perto do Monte Carmelo, nos arredores de Haifa.
Segundo o Antigo Testamento, em Tell al Qassis ou perto dali, o profeta hebreu Elias degolou 450 profetas do deus pagão Baal.