sexta-feira, 30 de abril de 2010

Reino Fungi




  
Os fungos são popularmente conhecidos por bolores, mofos, fermentos, levedos, orelhas-de-pau, trufas e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de 200.000 espécies espalhadas por praticamente qualquer tipo de ambiente.

Os Fungos e sua Importância

Ecológica
Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem viver como saprófagos, quando obtêm seus alimentos decompondo organismos mortos; como parasitas, quando se alimentam de substâncias que retiram dos organismos vivos nos quais se instalam, prejudicando-o ou podendo estabelecer associações mutualísticas com outros organismos, em que ambos se beneficiam. Além desses modos mais comuns de vida, existem alguns grupos de fungos considerados predadores que capturam pequenos animais e deles se alimentam.
Em todos os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para fora de seus corpos. Essas enzimas atuam imediatamente no meio orgânico no qual eles se instalam, degradando-o à moléculas simples, que são absorvidas pelo fungo como uma solução aquosa.

Fungos apodrecendo o morango.
Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte da degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Juntamente com as bactérias saprófagas, eles compõem o grupos dos organismos decompositores, de grande importância ecológica. No processo da decomposição, a matéria orgânica contida em organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser novamente utilizada por outros organismos.
Apesar desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são responsáveis pelo apodrecimento de alimentos, de madeira utilizada em diferentes tipos de construções de tecidos, provocando sérios prejuízos econômicos. Os fungos parasitas provocam doenças em plantas e em animais, inclusive no homem.

A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose provocada por fungo; as pequenas manchas negras, indicando necrose em folhas, como a da soja, ilustrada a seguir, são devidas ao ataque por fungos.
      
Folha da soja com sintomas da ferrugem asiática.

Em muitos casos os fungos parasitas das plantas possuem hifas especializadas - haustórios - que penetram nas células do hospedeiro usando os estomas como porta de entrada para a estrutura vegetal. Das células da planta captam açúcares para a sua alimentação.
Dentre os fungos mutualísticos, existem os que vivem associados a raízes de plantas formando as micorrizas (mico= fungo; rizas = raízes). Nesses casos os fungos degradam materiais do solo, absorvem esses materiais degradados e os transferem à planta, propiciando-lhe um crescimento sadio. A planta, por sua vez, cede ao fungo certos açucares e aminoácidos de que ele necessita para viver.

Algumas plantas que formam as micorrizas naturalmente são o tomateiro, o morangueiro, a macieira e as gramínias em geral.
As micorrizas são muito freqüentes também em plantas típicas de ambientes com solo pobre de nutrientes minerais, como os cerrados, no território brasileiro. Nesses casos, elas representam um fator importânte de adaptação, melhorando as condições de nutrição da planta.
Certos grupos de fungos podem estabelecer associações mutualísticas com cianobactérias ou com algas verdes, dando origem a organismos denominados líquens. Estes serão discutidos posteriormente.

Econômica
Muito fungos são aeróbios, isto é, realizam a respiração, mas alguns são anaeróbios e realizam afermentação.
Camembert
Destes últimos, alguns são utilizados no processo defabricação de bebidas alcoólicas, como a cerveja e o vinho, e no processo de preparação do pão. Nesses processos, o fungo utilizado pertence à espécieSaccharomyces cerevisiae, capaz de transformar o açucar em alcool etílico e CO(fermentação alcoólica), na ausência de O2. Na presença de  Orealizam a respiração. Eles são, por isso, chamados de anaeróbios facultativos.
Na fabricação de bebidas alcoólicas o importante é o alcool produzido na fermentação, enquanto, na preparação do pão, é o CO2. Neste último caso, o COque vai sendo formado se acumula no interior da massa, originando pequenas bolhas que tornam o pão poroso e mais leve.
Roquefort
O aprisionamento do CO2 na massa só é possivel devido ao alto teor de glúten na farinha de trigo, que dá a "liga" do pão. Pães feitos com farinhas pobres em glúten não crescem tanto quanto os feitos com farinha rica em glúten.
Imediatamente antes de ser assado, o teor alcoólico do pão chega a 0,5%; ao assar, esse álcool evapora, dando ao pão um aroma agradável.
Alguns fungos são utilizados na indústria de laticínios, como é o caso do Penicillium camemberti e do Penicillium roqueforte, empregados na fabricação dos queijos Camembert e Roquefort, respectivamente.

Algumas espécies de fungos são utilizadas diretamente como alimento pelo homem. É o caso daMorchella e da espécie Agaricus brunnescens, o popular cogumelo ou champignon, uma das mais amplamente cultivadas no mundo.

Morchella
 
Agaricus

Doenças Causadas por Fungos
Micose em couro cabeludo

As micoses que aparecem comumente nos homens são doenças provocadas por fungos. As mais comuns ocorrem na pele, podendo-se manifestar em qualquer parte da superfície do corpo.
São comuns as micoses do couro cabeludo e da barba (ptiríase), das unhas e as que causam as frieiras (pé-de-atleta).
As micoses podem afetar também as mucosas como a da boca. É o caso so sapinho, muito comum em crianças. Essa doença se manifesta por multiplos pontos brancos na mucosa.
Existem, também, fungos que parasitam o interior do organismo, como é o caso do fungo causador da histoplasmose, doença grave que ataca os pulmões.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Novidade sobre o Discovery Channel



Pra você curioso da ciência, tenho uma novidade muito legal.A muito tempo eu fiz uma postagem sobre o canal Discovery, que só podem desfrutar aquelas pessoas que tenham acesso a  TV a CABO, até agora!Procurando na intrenet e entrando no site www.terra.com.br, descobri que através dele podem-se ver os canais assinados pela TERRA.Com isso, investigando, vi o link DISCOVERY e logo cliquei .Quando eu me toquei descobri que dava para assistir todos os programas de ciências que eu havia falado em uma postagem.Para os interessados entrem no site http://terratv.terra.com.br/Diversao/Documentarios/4156-292391/Criaturas-Esquisitas-O-Sapo-Gigante-Parte-2.htm.Aí, vocês podem escolher o vídeo que querem ver e ficarem ligados em tudo da ciência.Infelizmente não pude colocar o vídeo aqui, pois o site não permite.Eu espero que todos se divirtam como eu me divirto assistindo o canal  Discovery.

sábado, 24 de abril de 2010

Hospital na Espanha diz ter feito o 1º transplante completo de rosto

Um espanhol submetido a um transplante total de rosto em março passado já está se comunicando, declarou nesta quinta-feira (22) o chefe da cirurgia plástica do hospital de Barcelona, onde a operação foi realizada.

O paciente, que não teve a identidade revelada, tinha o rosto deformado desde os cinco anos depois de sofrer um acidente, e não podia respirar ou falar normalmente.

Segundo o hospital Vall d'Hebron de Barcelona (nordeste), trata-se do primeiro trasplante total de rosto do mundo, já que os onze anteriores foram parciais.

A operação mobilizou trinta pessoas durante 22 horas e o paciente teve transplantada toda a pele e músculos do rosto, nariz, lábios, maxilar superior, todos os dentes, os ossos da maçã do rosto e da mandíbula, segundo o hospital.

O jovem pediu para se olhar no espelho uma semana depois da operação, o que fez reagindo com tranquilidade, segundo o médico Joan Pere Barret. Nas próximas semanas ele poderá começar a comer, segundo o hospital.



Publicado pelo aluno Ernesto Sousa

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Doenças causadas pelos Protozoários

 Amebíase




Cisto de Entamoeba histolytica: protozoário responsável pela amebíase
Amebas são protozoários cuja locomoção se dá via expansões citoplasmáticas – pseudópodes. As pertencentes à família Endamoebidae, como as dos gêneros Entamoeba, Iodamoeba e Endolimax, são parasitas comuns de nossa espécie e têm como característica o tamanho diminuto e capacidade de formar cistos.

Entamoeba histolytica é a responsável pela amebíase, embora possa estar presente no organismo sem desenvolver a doença. Esta, de período de incubação que varia entre 2 e 4 semanas, se caracteriza pela manifestação de diarreias e, em casos mais graves, comprometimento de órgãos e tecidos. É responsável por cerca de 100000 mortes ao ano, em todo o mundo.

A amebíase é mais comum em regiões onde as condições de saneamento básico são precárias, uma vez que a forma de contaminação se dá via ingestão de seus cistos. Estes, liberados nas fezes da pessoa adoecida, podem se espalhar na água e vegetais que, sem a devida higienização antes de ser ingeridos, podem causar a doença. Vale pontuar que a resistência dos cistos é muito grande: podem viver cerca de 30 dias na água, e 12 em fezes frescas.

Após a ingestão, no sistema digestório, estas formas dão origem a trofozoítos. Estes invadem o intestino grosso, se alimentando de detritos e bactérias ali presentes, causando sintomas brandos ou mais intensos, como diarreia sanguinolenta ou com muco e calafrios.

Os trofozoítos, por meio de sucessivas divisões, podem dar origem a novos cistos, sendo liberados pelas fezes e dando continuidade ao ciclo de infecções. Podem, também, invadir outros tecidos, via circulação sanguínea. Nestas regiões, alimentam-se das hemácias ali presentes, provocando abscessos no fígado, pulmões ou cérebro.

Note que, no primeiro caso, o indivíduo pode apresentar o parasita de forma assintomática, mas também sendo capaz de contaminar outras pessoas ao liberar os cistos em suas fezes: a maioria dos casos de infecção por E. histolytica se manifestam desta form

   Doença de Chagas


Barbeiro: vetor da doença de Chagas
Em 1909, Carlos Chagas, pesquisador do Instituto Osvaldo Cruz, descobriu uma doença infecciosa que acometia operários do interior de Minas Gerais. Esta, causada pelo protozoário Tripanosoma cruzi, é conhecida como doença de Chagas, em homenagem a quem a descreveu pela primeira vez.

O mal de Chagas, como também é chamado, é transmitido, principalmente, por um inseto da subfamília Triatominae, conhecido popularmente como barbeiro. Este animal de hábito noturno se alimenta, exclusivamente, do sangue de vertebrados endotérmicos. Vive em frestas de casas de pau-a-pique, camas, colchões, depósitos, ninhos de aves, troncos de árvores, dentre outros locais, sendo que tem preferência por locais próximos à sua fonte de alimento.

Ao sugar o sangue de um endotérmico com a doença, este inseto passa a carregar consigo o protozoário. Ao se alimentar novamente, desta vez de uma pessoa saudável, geralmente na região do rosto, ele pode transmitir a ela o parasita.

Este processo se dá em razão do hábito que este tem de defecar após sua refeição. Como, geralmente, as pessoas costumam coçar a região onde foram picadas, tal ato permite com que osparasitas, presentes nas fezes, penetrem pela pele. Estes passam a viver, inicialmente, no sangue e, depois, nas fibras musculares, principalmente nas da região do coração, intestino e esôfago.

A transfusão de sangue contaminado e transmissão de mãe para filho, durante a gravidez, são outrasformas de se contrair a doença. Recentemente descobriu-se que pode ocorrer a infecção oral: são os casos daquelas pessoas que adquiriram a doença ao ingerirem caldo de cana ou açaí moído contendo, acidentalmente, o inseto. Acredita-se que houve, nestes casos, invasão ativa do parasita, via aparelho digestivo.

Cerca de 20 dias após a sua primeira - e última - cópula, a fêmea libera, aproximadamente, 200 ovos, que eclodirão em mais ou menos 25 dias. Após o nascimento, estes pequenos seres sofrerão em torno de cinco mudas até atingirem o estágio adulto, formando novas colônias.



    Giardíase

 

Giardia lamblia
Giardíase é uma infecção intestinal provocada pelo protozoário Giárdia lamblia que normalmente atinge em maior proporção o intestino delgado. É contraída por contaminações fecais e orais, ou seja, pela ingestão de alimentos contaminados pelo protozoário.
Sintomas
A doença pode permanecer despercebida por até quatro semanas quando inicia um período de:
Diarréia;
Déficit de crescimento;
Distensão e dor abdominal;
Anemia;
Fadiga;
Perca de vitaminas lipossolúveis;
Perca de peso.
Ao apresentar os sintomas, deve-se procurar um médico para que este faça o diagnóstico correto.
Tratamento
Caso seja confirmada a doença, que é percebida através da identificação de cistos ou trofozoítos no exame de fezes, o médico inicia o tratamento com medicamentos específicos.
Prevenção
Para prevenir a doença é importante a construção de sanitários adequados, boa higiene pessoal, consumir somente água filtrada ou fervida e afastar pessoas infectadas, principalmente de crianças.

   Leishmaniose Visceral

Inseto transmissor da leishmaniose.
A leishmaniose visceral é uma doença ocasionada pelos parasitas unicelulares do gênero Leishmania, que acomete os órgãos internos. O parasita migra aos órgãos viscerais como fígado, baço e medula óssea. A doença pode afetar também o cão.

A leishmaniose visceral é transmitida ao homem através da picada do inseto (L.chagasi), que ataca principalmente no início da noite e ao amanhecer.

Os sintomas da doença são: febre, perda de peso, anemia, inchaço do fígado e baço, desânimo, prostração, palidez, complicações cardíacas e circulatórias. Pode ocorrer também tosse, diarréia, hemorragias. Os sintomas da leishmaniose são fáceis de ser confundidos com os da malária.

O tempo médio de incubação é de dois a quatro meses, podendo variar de dez dias a dois anos. O progresso da doença é extremamente variável. Quando não tratada, pode levar a morte. É infecciosa, porém não é transmitida de uma pessoa a outra por contato imediato; de um animal para uma pessoa. O diagnóstico é confirmado através de exames laboratoriais.

A doença, antes considerada da área rural, é de difícil controle e tem crescido rapidamente nos centros urbanos. 
  Taxoplasmose


Toxoplasma gondii
A toxoplasmose é uma doença infecciosa bastante comum, pode ocorrer em qualquer idade e é causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Possui os índices de prevalência mais altos do mundo e em saúde pública é mais séria do que a AIDS.
 Possui as seguintes vias de transmissão: ingestão de cistos na carne crua ou mal cozida de animais portadores, em humanos é a forma mais comum de contaminação; ingestão de oocistos oriundos de fezes de gatos se dá pelo contato com o solo ou verduras contaminados ou por manusear areia; infecção transplacentária, ocorre através da placenta quando a gestante tem seu primeiro contato com o toxoplasma e este ataca o feto.
Os sintomas mais comuns são febre, mal-estar e dores musculares e podem persistir por alguns dias e até semanas. O diagnóstico é pouco fidedigno, pois os sintomas são parecidos com os da gripe, sendo basicamente sorológico, pois cerca de 90% dos casos são assintomáticos.
 As formas de prevenção são: cozinhar bem a carne; lavar bem as mãos, utensílios, e superfície depois do contato com a carne crua; lavar bem frutas e verduras; evitar leite cru.
A toxoplasmose se manifesta freqüentemente no cérebro e nos olhos. O tratamento é à base de antibióticos como as sulfonamidas, pirimetamina e clindamicina. 
  Balantidiose
 

Cisto do Balantidium coli
O Balantidium coli é o nome científico dado ao único protozoário ciliado que pode parasitar o homem. Foi visto pela primeira vez por Malmsten, em 1857, em dois doentes com disenteria. Ele pode ser encontrado principalmente em porcos, mas também já foram verificados em chimpanzés, macacos, cães e ratos. Sua morfologia apresenta duas formas, trofozoíto e cisto. O trofozoíto é recoberto por cílios e possui várias organelas. O cisto é esférico e possui parede lisa. O trofozoíto é a forma infectante do protozoário, e pode resistir no ambiente por 10 dias a 22ºC, enquanto o cisto é a forma duradoura ou resistente do mesmo e pode resistir muito mais, principalmente permanecendo em fezes úmidas.

Ele é cosmopolita, ou seja, é encontrado mundialmente, embora comumente verificado entre aquelas pessoas com convívio muito próximo de suínos. Pois é o porco a fonte natural de infecções humanas.

O B. coli habita a luz do intestino grosso do hospedeiro, se alimentando de amido e bactérias. Possui dois tipos de reprodução, sexuada ou assexuada, e é transmitido pela ingestão de cistos presentes nas mãos, alimentos ou água contaminados por cistos ou trofozoítos, que geralmente chegaram ao homem por meio de fezes suínas. Pode provocar necroses e úlceras se a pessoa possuir alguma lesão anterior ao protozoário.

Os sintomas, quando presentes, variam entre diarreia, disenteria (fezes com muco e sangue), dor abdominal, fraqueza, febre dentre outros. E para que seja confirmado o diagnóstico, deve-se fazer exame de fezes em busca de evidências.

Por isso é necessário que além da higiene habitual com alimentos, sua fervura, a ingestão de água somente filtrada ou fervida e o saneamento, deve-se ter boas condições sanitárias para os suínos, que são a principal fonte de contaminação, além do tratamento dos infectados.

 Doença do ''Sono''


Mosca que transmite a doença do sono
A doença do sono ou também conhecida como tripanossomíase africana, é uma doença parasitária infecciosa transmitida pela mosca tsé-tsé do gênero Glossina, que vive e se reproduz em zonas rurais com áreas pantanosas, savanas e florestas do continente africano. As moscas entram em contato com pessoas residentes em aldeias, pois estão muito próximas a essas áreas.

A interação entre homem e mosca tsé-tsé é ainda mais visível em razão do crescimento da densidade de moscas, da mudança de hábitos alimentares e da expansão do desenvolvimento humano nas áreas infestadas pelo vetor. É importante salientar que o parasita não possui uma preferência racial nem sexual, e sua exposição pode ocorrer a qualquer momento.

A mosca tsé-tsé pica uma pessoa introduzindo o tripanossoma (protozoário flagelado que fica na saliva da mosca) na corrente sanguínea. Então o parasita se reproduz no sangue, passa para o sistema linfático e então para o sistema nervoso. Após a picada, o parasita se reproduz e dissemina-se durante uma a três semanas. O ciclo continua quando outras moscas não contaminadas se alimentam de sangue das pessoas que possuem o tripanossoma na corrente sanguínea. O parasita então se multiplica no corpo da mosca e segue em direção às glândulas salivares do inseto. Quando esse inseto se alimentar, transmitirá a doença para outra pessoa.

Além disso, existem dois tipos de parasitas: o Trypanosoma brucei rhodesiense, que causa a tripanossomíase africana do leste e é transmitida por Glossina morsintans, forma mais aguda da doença; e o Tripanosoma brucei gambiense, que causa a tripanossomíase africana do oeste e é transmitida pela Glossina palpalis, forma crônica da doença. A doença afeta áreas do centro e sul da África e como são casos relativamente isolados, ainda é pouco compreendida.

Provoca sintomas como sonolência, além de dor de cabeça, febre, sudorese, tremores, dores nas articulações e nos músculos, linfadenopatia, anemia, edemas, apatia, chegando a problemas neurológicos graves com confusões mentais como medo e alterações de humor e convulsões epilépticas, inflamações no cérebro e nas meninges, e posteriormente, ocasionando o coma e a morte. A morte pode ser rápida, com tempo de progressão da doença inferior a seis meses, quando a pessoa estiver contaminada com o parasita Trypanosoma brucei rhodesiense, ou pode ocorrer entre seis meses e seis anos, se infectado com o Tripanosoma brucei gambiense. Pode ocorrer transmissão congênita, causando retardo psicomotor.

Seu diagnóstico é efetuado por meio de detecção dos parasitas no sangue ou na linfa e o tratamento deve ser rapidamente iniciado. Após o parasita invadir o sistema nervoso central, as opções de tratamento, assim como a probabilidade de sobrevivência, diminuem.

Umas das formas do combate à doença é a utilização de roupas que cubram bem a pele, principalmente durante o dia, devido ao hábito diurno das moscas do gênero Glossina. O uso de repelentes e a erradicação do vetor também são medidas profiláticas. Deve-se ter bastante cuidado na transfusão de sangue, pois, embora raro, pode ocorrer transmissão da doença, assim como em acidentes laboratoriais. 


    Leishmaniose


Mosquito vetor da doença.
A leishmaniose é uma doença provocada pelos parasitas unicelulares do gênero Leishmania. Existem três tipos de leishmaniose: visceral, que ataca os órgãos internos, cutânea, que ataca a pele, e mucocutânea, que ataca as mucosas e a pele. É uma doença que acomete cães, lobos, roedores silvestres e o homem.

A transmissão ocorre por meio da picada de insetos específicos (Lutzomyia longipalps) conhecidos no Brasil como mosquito-palha, birigui e outros. O contágio não é feito de pessoa para pessoa.

O período de incubação pode variar de dias a meses.

A leishmaniose visceral, também conhecida por calazar, tem um período de incubação de vários meses a vários anos. As leishmanias danificam órgãos como o baço, o fígado e a medula óssea. Os sintomas são: febre, tremores violentos, diarréia, suores, mal estar, fadiga e algumas vezes manifestações como úlceras e zonas de pele escura.

A leishmaniose cutânea é a forma mais comum de leishmaniose. É uma infecção de pele causada por um parasita unicelular, que dá origem a uma mancha vermelha ou um nódulo.

A leishmaniose mucocutânea ocorre a partir de uma lesão cutânea inicial, os parasitas podem se disseminar pela mucosa da boca ou do nariz. Em alguns pacientes, esse tipo de leishmaniose pode levar a desfiguração facial.

O diagnóstico é realizado pela observação direta microscópica dos parasitas em amostras de linfa, sanguíneas ou de biopsias de baço.

A prevenção da doença consiste na proteção contra as picadas dos insetos, fazendo uso de repelentes de insetos, roupas adequadas, telas nas aberturas e mosquiteiros ao redor das camas. 
Malária


Mosquito Anopheles: hospedeiro da malária
A malária, também conhecida como paludismo, é uma doença infecciosa aguda ou crônica ocasionada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles. Quatro espécies do Plasmodium podem ocasionar a infecção: Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale.

A malária é um problema de saúde pública em mais de 90 países, onde cerca de 40% da população mundial vive em áreas de risco, afetando 300 milhões de pessoas no mundo a cada ano.

No Brasil, principalmente na região amazônica, são registrados 500 mil casos de malária por ano, mas apenas 0,1 % dos doentes morrem devido à doença.

O contágio da malária é por meio da picada das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles. Geralmente o contágio acontece em áreas rurais, semi-rurais e periferias de áreas urbanas. Esse mosquito tem maior atividade durante a noite, e se prolifera em águas paradas.

Raramente a malária pode ser transmitida a partir de transfusões de sangue, de transplantes de órgãos, da gestante para o filho e por compartilhamento de seringas. Todas as espécies do Plasmodium acometem células do fígado e glóbulos vermelhos, que são destruídos quando o protozoário as utiliza para se reproduzir.

O período de incubação, intervalo entre a picada do mosquito e o aparecimento dos sintomas, varia de 12 a 30 dias. Inicialmente, a malária manifesta sintomas como dor de cabeça, dor no corpo, tremores e calafrios. Em seguida, os tremores e calafrios são mais intensos, acompanhados de febre de 40º ou mais.

Uma das formas de prevenção da malária é evitar a formação de criadouros de mosquitos, abrindo valas em lugares onde possa existir acúmulo de água.
  Tricomoníase

Protozoário Trichomonas vaginalis
A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível, causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, tendo como reservatório a vagina e a uretra.

O tricomonas é um parasita eucariota flagelado que possui quatro ou cinco flagelos e membrana ondulante.

A principal forma de propagação do protozoário é através de secreções durante o contato sexual.
A infecção pode ser assintomática no homem e na mulher.

Os sintomas são: corrimento amarelo esverdeado com mau-cheiro, prurido e/ou irritação vulvar, dor pélvica (ocasionalmente), desconforto ao urinar, dor durante a relação sexual.

Os homens normalmente não apresentam sintomas e não sabem quando estão infectados, porém raramente poderá ocorrer corrimento, dor ou ardor ao urinar, irritação ou coceira no pênis.

O período de incubação é de 10 a 30 dias, em média.
A tricomoníase é diagnosticada pelo exame do fluído vaginal ao microscópio.

Como se trata de uma doença sexualmente transmissível, o tratamento deve ser feito pela mulher e seu parceiro sexual.

Mesmo em casos nos quais a pessoa portadora da doença, não apresenta sintomas, ela pode transmitir a infecção.

O tratamento é à base do medicamento metronidazol por via oral. É importante evitar bebidas alcoólicas 24 horas antes, durante e após tomar o metronidazol. Pois pode provocar dor de cabeça, vômitos e tonturas. Não é aconselhável fazer uso do medicamento nos três primeiros meses de gestação.

Uma forma de prevenir a doença é usando camisinha masculina ou feminina nas relações sexuais.

Um pouco mais do Reino Protista


A complexidade da célula eucariótica de um protozoário é tão grande, que ela - sozinha - executa todas as funções que tecidos, órgãos e sistemas realizam em um ser pluricelular complexo. Locomoção, respiração, excreção, controle hídrico, reprodução e relacionamento com o ambiente, tudo é executado por uma única célula, que conta com algumas estruturas capazes de realizar alguns desses papéis específicos, como em um organismo pluricelular.
Segundo a classificação dos seres vivos em cinco reinos (Whittaker – 1969), um deles, o dos Protistas, agrupa organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos e heterótrofos. Neste reino se colocam as algas inferiores: euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e crisófitas (diatomáceas), que sãoprotistas autótrofos (fotossintetizantes). Os protozoários são protistas heterótrofos.

Habitat
Os protozoários são, na grande maioria, aquáticos, vivendo nos mares, rios, tanques, aquários, poças, lodo e terra úmida. Há espécies mutualísticas e muitas são parasitas de invertebrados e vertebrados. Eles são organismos microscópicos, mas há espécies de 2 a 3 mm. Alguns formam colônias livres ou sésseis.
Fazem parte do plâncton (conjunto de seres que vivem em suspensão na água dos rios, lagos e oceanos, carregados passivamente pelas ondas e correntes). No plâncton distinguem-se dois grupos de organismos:
  • fitoplâncton: organismos produtores (fotossintetizadores), representados principalmente por dinoflagelados e diatomáceas, constituem a base de sustentação da cadeia alimentar nos mares e lagos . São responsáveis por mais de 90% da fotossíntese no planeta.
  • zooplâncton: organismos consumidores, isto é, heterótrofos, representados principalmente por protozoários, pequenos crustáceos e larvas de muitos invertebrados e de peixes.

Digestão
Nas espécies de vida livre há formação de vacúolos digestivos. As partículas alimentares são englobadas por pseudópodos ou penetram por uma abertura pré-existente na membrana, o citóstoma.

Já no interior da célula ocorre digestão, e os resíduos sólidos não digeridos são expelidos em qualquer ponto da periferia, por extrusão do vacúolo, ou num ponto determinado da membrana, o citopígio ou citoprocto.

Respiração
A troca de gases respiratórios se processa em toda a superfície celular.

Excreção
Os produtos solúveis de excreção podem ser eliminados em toda a superfície da célula. Nos protozoários de água doce há um vacúolo contrátil, que recolhe o excesso de água absorvido pela célula, expulsando-a de tempos em tempos por uma contração brusca. O vacúolo é, portanto,osmorregulador.

Classificação
A classificação dos protozoários baseia-se fundamentalmente nos tipos de reprodução e de organelas locomotoras.
A locomoção se faz por batimento ciliarflagelar, por emissão de pseudópodos e até por simplesdeslizamento de todo o corpo celular. Em alguns ciliados há, no lugar do citoplasma, filamentos contráteis, os mionemas. Os pseudópodos, embora sendo expansões variáveis do citoplasma, podem se apresentar sob diferentes formas.
Na tendência moderna, os protozoários estão incluídos no Reino Protista, subdivididos em quatro filos:

Rizópodes ou Sacorníceos
São amebas (“nus”); radiolários e foraminíferos (têm carapaças com formas bastante vistosas, feitas de calcário ou de sílica - importantes indicadores da existência de jazidas de petróleo)
São marinhos, de água doce ou parasitas (Entamoeba histolytica). Têm um ou mais núcleos, vacúolos digestivos e vacúolos contráteis (apenas nos de água doce).
Os Rizópodes caracterizam-se por apresentarem pseudópodes como estrutura de locomoção e captura de alimentos. São projeções da célula, que se deforma toda, que encaminham a ameba para várias direções. O mecanismo que leva à formação dos pseudópodes está hoje razoavelmente esclarecido: na região de formação de uma dessas projeções, a parte viscosa do citoplasma se torna fluida, permitindo que o restante da célula flua nessa direção. Vários pseudópodos podem ser formados ao mesmo tempo, modificando constantemente a forma da ameba. Os pseudópodos, na ameba, não servem apenas para a locomoção. Também são utilizados para a captura de alimento: pequenas algas, bactérias, partículas soltas na água etc. Eles rodeiam o alimento  e o englobam.
vacúolo alimentar formado (também chamado de fagossomo) une-se a lisossomo e se transforma em vacúolo digestivo. Inicia-se a digestão, a partir de enzimas lisossômicas que atuam em meio ácido. Progressivamente, o conteúdo do vacúolo digestivo torna-se alcalino, até completar-se a digestão. As partículas digeridas atravessam a membrana do vacúolo, espalham-se pelo citoplasma e vão participar do metabolismo celular. Partículas residuais são expelidas da célula pela fusão da parede do vacúolo com a superfície da célula, em um processo inverso ao da fagocitose.
As amebas de vida livre que vivem em água doce apresentam vacúolo contrátil ou pulsátil para osmorregulação, eliminando o excesso de água que vai entrando no seu citoplasma (hipertônico), vindo do ambiente mais diluído (hipotônico).


Microscopia de um risópode.

Em condições desfavoráveis, por exemplo sujeita à desidratação, a Entamoeba produz formas de resistência, os cistos, com quatro núcleos no seu interior (partição múltipla).
reprodução assexuada é por bipartição simples ou cissiparidade (mecanismo semelhante a mitose).
Dentre as amebas é importante a Entamoeba histolytica, que parasita o intestino humano, causando a disenteria amebiana ou amebíase.

Reino Protista



Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo individualizado, envolvido por membrana. Possuem também organelas membranosas diversas. Nesse grupo incluem-se os protozoários e as algas unicelulares.

Os Protozoários
Protozoário é uma palavra de origem grega que significa "animal primitivo". Os protozoários receberam esse nome porque, no passado, alguns deles, ao serem estudados, foram confundidos com animais.
Os protozoários são seres heterótrofos. Podem viver isolados ou formar colônias, ter vida livre ou associar-se a outros organismos, e habitam os mais variados tipos de ambiente. Algumas espécies são parasitas de seres diversos, até mesmo do ser humano.

Tipos de locomoção dos protozoários
Existem várias espécies de protozoários, e elas podem ser classificadas em vários grupos. O critério mais utilizado pelos cientistas para essa classificação é o tipo de locomoção:
  • Sarcodíneos ou Rizópodes- são protozoários que se locomovem estendendo pseudópodes, expansões em sua célula que atuam como "falsos pés". As amebas são um exemplo de sarcodíneo.

Imagem de uma ameba em microscópio eletrônico.
  • Flagelados - são os que "nadam" com auxílio de flagelos (longos filamentos que vibram e permitem a locomoção). Um exemplo de flagelado é a giardia.

Protozoários flagelados do gênero Leishmania causam a leishmaníase, doença que afeta 12 milhões de pessoas no mundo
  • Ciliados - são seres que utilizam cílios (pequenos filamentos ao longo do corpo) na locomoção, como o paramécio.

Ilustração (a esquerda) e microscopia eletrônica (a direita) de um paramécio.
  • Esporozoários- são protozoários que não possuem estruturas de locomoção. Eles são todos parasitas e causam doenças. Entre eles está o plasmódio, causador da malária.

Células vermelhas do sangue infectados com o Plasmodium falciparum, causador da malária (nas setas)

Para um organismo que não tem estruturas de locomoção para capturar alimento, o parasitismo é uma adaptação importante, pois lhe permite sobreviver retirando do ser parasitado os nutrientes de que necessita.

Reprodução dos protozoários
A maioria dos protozoários apresenta reprodução assexuada, principalmente por cissiparidade. Mas algumas espécies podem se reproduzir sexuadamente.
Observe, no esquema abaixo, a reprodução assexuada de um paramécio:

Um paramécio dividindo-se em dois, reprodução assexuada por cissiparidade.




As euglenófitas
As euglenófitas também conhecidas como euglenas, são algas unicelulares que se locomovem por meio de um flagelo e vivem principalmente em água doce, mas também em água salgada.
Euglena viridis é um exemplo desse grupo de algas, possui predominantemente o pigmento verde da clorofila. Ela se reproduz por cissiparidade e, quando sua reprodução é intensa, a água pode adquirir uma coloração esverdeada.

Euglena viridis vista em microscópio óptico, os pontos verdes são os cloroplastos que podem ser vistos através da membrana que delimita a célula.

As bacilariófitas
As bacilariófitas vivem na água doce ou salgada. Em sua maioria, são representadas pelasdiatomáceas, algas unicelulares dotadas de uma carapaça protetora formada de sílica e que geralmente se reproduzem por cissiparidade.
Os restos da parede celular das diatomáceas mortas podem se depositar no fundo do ambiente aquático e, com o tempo, formar uma material rico em sílica conhecido como diatomito. Esse material pode ter várias aplicações comerciais, como: confecção de certos cosméticos e pastas de dente; abrasivo fino para polimento de objetos de prata, por exemplo; fabricação de tijolos usados em construção civil.


Desenho ilustrativos das diferentes formas das diatomáceas.

Diatomitos


As pirrófitas
Também conhecidas como dinoflagelados, por serem dotadas de dois flagelos, as pirrófitas são algas unicelulares geralmente marinhas. Elas têm coloração esverdeada ou parda, na maioria das vezes, e reproduzem-se principalmente por cissiparidade; algumas têm a capacidade de emitir luz, fenômeno conhecido como bioluminescência.
A alga marinha luminescente Noctiluca sp responsável pela maré vermelha.


Curiosidades: Descoberta arqueológica pode ser o Jardim do Éden



Um pastor curdo, andando sozinho no deserto em 1994 fez o que pode ser a maior descoberta arqueológica de todos os tempos. Uma descoberta que pode revolucionar a história das religiões e desvendar a verdade sobre o Jardim do Éden.
Andando com seu rebanho em uma tarde de verão ele encontrou duas pedras com um formato estranho. Voltando a aldeia resolveu contar sobre seu achado. Afinal as pedras poderiam ser algo importante.
Poucas semanas depois a notícia da descoberta do pastor de ovelhas chegou ao conhecimento dos curadores do museu da cidade de Sanliurfa que entrou em contato com o German Archaeological Institute em Istanbul e, no final de 1994 o arqueólogo alemão Klaus Schmidt chegou ao sítio de Gobekli Tepe. O que o Sr. Schimdt encontrou pode mudar a história da humanidade.
Em um momento de rara concordância, arqueólogos de todo o mundo concordam com a importância do sitio de Gobekli Tepe. E deixa a grande maioria deles estupefatos e excitados. Uma descoberta digna dos filmes de Indiana Jones, só que na vida real, documentada e registrada.
O que o pastor de ovelhas encontrou foi a parte superior de dois monólitos em forma de T as primeiras de um sítio muito maior composto de monumentos, paredes e colunas de pedras, cobertas de entalhes de animais: Javalis, patos, serpentes, leões.
Os entalhes apresentam algumas figuras que parecem humanas, com os braços estilizados e, funcionalmente, todo o conjunto parece ser um templo ou um lugar para rituais.
Para datação, foram escavadas 45 destas “pedras” que estão organizadas em círculos, mas medições geomagnéticas indicam que existem algumas centenas de outras pedras esperando para ser escavadas.
Até agora é isso. Gobekli Tepe poderia entrar para a história como sendo o Stonehenge turco não fossem alguns fatores que tornam esse sitio único, chegando ao limite do fantástico e extraordinário.
O primeiro detalhe surgiu da datação por carbono. As pedras têm entre 12000 e 13000 anos. Ou seja, foram construídas 10.000 anos antes de Cristo. Para comparação, as pedras de Stonehenge foram levantadas 3000 anos antes de Cristo e as pirâmides de Gizé são datadas de 2500 anos antes de Cristo. Colocando o sitio de Gobekli Tepe como o mais antigo achado arqueológico da história, batendo os concorrentes com vantagem astronômica.
As pedras são anteriores a idade do bronze, a escrita, a cerâmica. São anteriores a tudo que conhecemos e como diabos os homens das cavernas fizeram tal obra?
O Sr. Schimdt especula que, durante décadas, grupos de caçadores ocuparam o lugar durante a construção, vivendo em tendas e caçando e comendo. Pontas de flechas encontradas no local suportam essa versão e confirmam a datação dos monumentos.
Por si só, a revelação que caçadores pré-tudo, tiveram a capacidade de construir um monumento como o encontrado em Gobekli Tepe, muda toda a concepção histórica que temos da evolução humana. Dotando os homens deste período de uma sofisticação inimaginável até agora. Quase como se os Deuses tivessem descido dos céus para construir Gobekli Tepe por conta própria.
É aqui que entra a conexão bíblica.
O Sr. Schimdt acredita que Gobekli Tepe seja um templo do que conhecemos hoje como o Jardim do Éden. Para entender como um cientista chega a uma conclusão destas precisamos entender que, para muitos de nós, o Jardim do Éden não passa de uma lenda ou uma metáfora da pureza da humanidade no começo dos tempos.
Para os estudiosos a história contém uma função didática e pode ter sido uma forma de registrar os traumas sofridos quando fomos forçados a deixar a caçada pela agricultura.
Sabemos que a mudança foi traumática por que fósseis da época mostram que os efeitos dessa mudança. As pessoas cresciam menos e menos saudáveis enquanto seus corpos se adaptavam a nova dieta e aos rigores da agricultura primitiva. Certamente essa mudança não foi realizada por vontade própria. Alguns historiadores acreditam na extinção de animais ou em fatores climáticos capazes de forçar essa mudança.
O Sr. Schimdt acredita em outra possibilidade.
“Para criar este templo, os caçadores devem ter se reunido aqui em grande número. E, uma vez que a obra estava concluída, devem ter se congregado em adoração. Neste momento eles devem ter percebido que seria impossível alimentar tanta gente com caçadas e coleta… então eu acredito que a religião tenha motivado a agricultura.”
Para suportar essa versão está a certeza histórica de que, a mudança para a agricultura ocorreu nesta mesma região. O que não sabemos ainda é o que motivou essa mudança. Os primeiros porcos e ovelhas domesticados são de uma região a cem quilômetros de Gobkli Tepe. O trigo que comemos hoje descende do trigo plantado nas colinas de Gobekli Tepe a milhares de anos e cereais como o arros e a aveia também podem ter sua origem traçada até essa região do mundo.
Isso não é tudo. Além de mudarem para uma forma mais trabalhosa de vida esses primeiros fazendeiros tiveram que enfrentar um desastre ecológico. O estudo do solo da região deserta que temos hoje indica que há 10.000 anos essa região foi um verdadeiro “paraíso” na Terra. Uma região cortada por rios, planícies, montanhas e vales verdejantes. A agricultura destruiu tudo isso, talvez no primeiro desastre ecológico da história.
Há medida que campos eram plantados e árvores derrubadas o micro clima da região mudou, a terra foi exposta a erosão e a terra da fartura tornou-se a terra do suor e trabalho árduo.
Por certo, alguns vão dizer que essas teorias não passam de pura especulação, por mais evidência histórica que as comprovem.
A Bíblia nos diz que o Eden estava entre 4 rios incluindo o Tigre e o Eufrates. GobeKli Tepe está entre o Tigre e o Eufrates. Um texto assírio antigo coloca Beth Eden (a casa do Eden) a 100 km de onde está Gobekli Tepe. Um outro livro do antigo testamento diz que as crianças do Eden estavam em Thelasar, uma cidade síria próxima a Gobekli Tepe. A própria palavra Eden tem origem na palavra suméria para planície e Gobekli Tepe se encontra na planície de Harran.
Quando colocamos tudo isso junto com as recentes descobertas históricas e o suporte de descobertas anteriores ficamos claramente tentados a colocar o Eden em Gobekli Tepe. Se assim for, parece que a coisa acabou mal. Foram encontrados esqueletos (Crânios) adultos no que pode ter sido os primeiro rituais de sacrifício humano da história.
Há, mais ou menos, 8000 anos os habitantes da região enterram todas as construções de Gobekli Tepe em toneladas de areia, criando as colinas artificiais onde o pastor de ovelhas costuma levar seu rebanho para pastar.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Peste Negra



Peste Negra



A chamada peste negra foi talvez a pandemia que mais marcou a história a história universal. Seja por sua extensão territórial, seja por ter permanecido inexplicáel por muito tempo, ou mesmo pelo número assombroso de pessoas que matou, sua lembrança persiste até hoje no imaginário ocidental como uma genuina expressão da face da morte, comparável às das  grandes guerras mundiais.
No início de 1330 o primeiro foco da peste bubônica aconteceu na China. A peste afeta principalmente roedores, mas suas pulgas podem transmitir a doença para as pessoas. Uma vez infectada, o contagio a outras pessoas ocorre de maneira extremamente rápida. A peste causa febre e um inchaço doloroso das glândulas linfáticas chamadas de bulbos, daí o seu nome. A doença pode também causar manchas na pele que apresentam primeiramente uma cor avermelhada e então se torna negra.
Como a China era um das maiores nações comerciais, foi só uma questão de tempo até que a epidemia da peste se espalhasse pela Ásia oriental e pela Europa. Em outubro de 1347, vários navios mercantes Italianos retornaram de uma viagem ao mar negro, um dos elos no comércio com a China. Quando os navios aportaram Sicília muitos dos que estavam a bordo já estavam morrendo por causa da peste. Após alguns dias a doença se espalhava pela cidade e pelos arredores. Uma testemunha ocular conta o que aconteceu:
"Percebendo que um desastre mortal havia chegado a eles, as pessoas rapidamente expulsaram os italianos de sua cidade. Mas a doença permaneceu, e logo a morte estava por toda parte. Pais abandonavam seus filhos doentes. Advogados se recusavam a sair de casa e fazer testamento para os moribundos. Frades e freiras foram deixados para trás para tomar conta dos doentes e monastérios e conventos logo estavam desertos, pois eles também foram afetados. Corpos foram deixados em casa abandonadas, e não havia ninguém para lhes dar um funeral Cristão."
A doença atacava e matava com terrível rapidez. O escritor italiano Boccaccio disse que as vítimas normalmente,
"almoçavam com seus amigos e jantavam com seus ancestrais no paraíso."
Em agosto no ano seguinte, a peste havia se espalhado ao norte até a Inglaterra, onde as pessoas a chamavam de "A Morte Negra" por causa das manchas negras que ela causava na pele. Um terrível assassino estava solto na Europa, e a medicina medieval não tinha nada para combatê-lo.
No inverno a doença parecia desaparecer, mas somente porque as pulgas, grandes responsáveis pelo transporte da peste de pessoa para pessoa, estavam dormentes. A cada primavera a peste atacava novamente, fazendo novas vítimas. Após cinco anos 25 milhões de pessoas estavam mortas, um terço da população da Europa.
Mesmo quando o pior havia passado epidemias menores continuaram a acontecer, não só por anos mas por séculos. Os sobreviventes viviam em medo constante do retorno da peste, e a doença não desapareceu até o século XVII.
A sociedade medieval nunca se recobrou dos resultados da praga. Tantas pessoas haviam morrido que houveram sérios problemas de mão de obra em toda a Europa. Isso fez com que trabalhadores pedissem maiores salários. No fim do século XIV revoltas de camponeses aconteceram na Inglaterra, França, Bélgica e Itália.
A doença também cobrou sua dívida na igreja. Pessoas durante a era cristã rezaram com devoção para serem liberados da praga. Por que essas preces não foram atendidas? Um novo período de distúrbio político e questionamento filosófico surgiam à vista.

Postado peloaluno Ernesto Sousa N07